quarta-feira, março 23, 2016

Braz Burity


Por acidente, descobri uma peça adicional para uma história que em tempos contei no meu blogue e foi depois publicada em Parem as Máquinas! (Parsifal, 2015). Na farsa que ludibriou o jornal O Mundo em 1914, levando-o a publicar a notícia de que fora eleito um papa português, o principal mentor da rábula foi, por admissão própria, Joaquim Madureira, que assinava as suas sátiras como Braz Burity. Não lhe conhecia as feições. Descobri-as num exemplar da revista satírica Sempre Fixe. Num texto emocionado, Gilvaz de Santana escreve ali sobre Madureira: «Foi decerto exagerado, como caricaturista que era, tanto nas taponas que dava a uns, como nos ditirambas que dispensava a outros, mais afortunados (…), mas tinha talento e tinha pilhas de graça.»
Eis então Joaquim Madureira, o homem que enganou O Mundo.
 
Sempre Fixe, 29 de Setembro de 1954
(a partir de microfilme da Biblioteca Nacional)

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